FOLCLORE BRASILEIRO


Essa seção é dedicada às crianças! Aqui estão reunidas figuras típicas do rico folclore brasileiro para você conhecer ou relembrar.

Mais abaixo, estão algumas das famosas cantigas brasileiras, para a família inteira cantar junto. 




SACI

Nas cidades e nas roças, todo mundo tem medo de Saci. É um perneta muito safado que adora fazer estripulias nos terreiros das fazendas e assustar os animais no pasto. Pedrinho, que não tem medo de nada, conseguiu caçar um com a peneira e colocá-lo na garrafa, como ensinou um velho caboclo das vizinhanças. Mas logo devolveu a liberdade ao Saci e ficaram amigos. O Saci ensinou a Pedrinho os segredos da floresta.




CUCA

É uma horrenda bruxa que mora numa caverna escura. Tem cara de jacaré e garras nos dedos como os gaviões. Velha como o tempo, dorme uma noite a cada sete anos. Quando fica brava, dá para ouvir o seu urro de raiva a 10 léguas de distância. Um dia ela raptou e encantou a Narizinho. Pedrinho, com ajuda do Saci, conseguiu o fio de cabelo de uma Iara e quebrou o encanto.










BOITATÁ

Muita atenção.
Vou contar a minha história.
Sou uma cobra de fogo e comigo tenha cuidado.
Moro na água e assombro as beiras dos rios.
De Boitatá sou chamado.

Dizem que de noite sou uma alma penada.
Pago meus pecados deslizando na escuridão.
Mas eu protejo os campos dos incêndios.
Persigo quem põe fogo no mato sem razão.

Aquele que me encontrar enfrenta um perigo.
Pode até ficar cego, enlouquecer ou morrer.
O melhor é parar, fechar os olhos e não respirar.
Nada de fugir: vou atrás de quem tentar correr.  

O meu fogo não queima o mato ou a grama.
Ele é mágico e a água dos rios não esquenta.
Tenho chamas que machucam o inimigo.
ilumino a noite e sigo pelos campos atenta.

No sertão nordestino tenho um nome diferente.
De fogo corredor eles costumam me chamar.





Ciranda, Cirandinha,
vamos todos cirandar,
vamos dar a meia-volta,
volta e meia vamos dar.

O anel que tu me deste
era vidro e se quebrou,
o amor que tu me tinhas
era pouco e se acabou.

Por isto dona rosa,
entre dentro desta roda;
diga um verso bem bonito


                                                           diga adeus e vá se embora.







LOBISOMEM


AUUUUUU! O meu nome é Lobisomem.
minha vida é cercada de mistério.
Sou metade lobo metade homem.
Gosto de assombrar as ruas e o cemitério.

Durante o dia, sou um homem magro e pálido.
Sexta-feira à meia-noite, fico muito diferente.
A lua brilha e viro o terrível Lobisomem.
Peludo e forte, ataco quem encontro pela frente.

Volto a ser humano se cumprir uma tarefa:
visitar sete cemitérios antes do amanhecer.
Passo por colinas, vilas e encruzilhadas.
No final, fico a noite inteira a correr.

Se depois de sete irmãs nascer um menino, ele será Lobisomem
quando 13 anos completar.
Comigo foi assim e não posso ser ferido.
Viro homem para sempre se alguém me machucar.

Quem se sujar com o meu sangue vira Lobisomem e segue
minha maldição.


  

A lua vem saindo
redonda como em botão,
calçando meia de seda,
sapatinho de algodão. 











CURUPIRA, O DUENDE “ECOLÓGICO”


Eu vim lá da floresta para me apresentar.
Meu nome é curupira.
Viver na mata é o meu destino.
Sou índio pequeno, mas muito forte.
Tenho cabelos vermelhos e corpo de menino.

Meus calcanhares são para frente e meus pés, pra trás,
deixo pegadas ao contrário que enganam muita gente.
Ás vezes me confundem com o caipora.
Ele tem os pés normais, mas em mim é diferente.

Tomar conta de toda a mata é a minha missão.
Cuido dos bichos e brigo com quem caça  por maldade.
Faço os caçadores se perderem no caminho. E, se for preciso, ataco sem piedade.

Das plantas e das árvores também sou o protetor.
Cuido delas com carinho e de todas sou camarada.

Se ameaçar uma tempestade. Fico atento.
Examino com cuidado se resistem a chuvarada.

Gosto de ganhar presentes de quem entra na mata.
Flecha, fumo ou comida para mim podem deixar.


                       
O cravo brigou com a rosa
debaixo de uma sacada.
O cravo saiu ferido
e a rosa, despedaçada.

O cravo ficou doente,
a rosa foi visitar.
O cravo teve um desmaio,
                                                              a rosa pôs-se a chorar.








MULA SEM CABEÇA


Quando ouvir um relincho alto e um gemido, um barulho de cascos
de ferro a galopar, saiba que sou eu, a mula sem cabeça.
E quem cruzar meu caminho eu vou assombrar.


Sou uma moça que em mula se transforma, na noite de quinta-feira, ainda
mais se é lua cheia.
Fiquei assim por ser a mulher do padre.
E antes de virar mula dizem que eu não era feia.


Solto fogo e de longe se ouvem os meus relinchos estridentes.
os meus cascos são de ferro ou de prata.
Galopo a noite toda e eles são bem resistentes.
Para me desencantar precisa ser corajoso.
Tem que me espetar até o meu sangue pingar.
Um outro jeito é tirar fora o meu cabresto.
Se isso acontece, viro mulher e começo a chorar.


Enquanto ninguém desfaz o meu feitiço, continuo sem cabeça pela
noite a assustar.




Samba lelê tá doente
Tá com a cabeça quebrada.
Samba lelê precisava
de umas dezoito lambadas.

Samba, samba, samba, ô lelê !
Samba, samba, samba, ô lelê !
samba, samba, samba, ô lelê,
pisa na barra da saia, ô lelê.

Ó morena bonita,
Como é que se namora ?
Põe o véu na cabeça,
Depois dá o fora de casa.

Ó morena bonita,
Como é que cozinha ?
Nota a panela no fogo,
vai conversar com a vizinha.

Ó morena bonita,
Onde é que voce mora ?
Moro na praia formosa,
Digo adeus e vou embora.











NEGRINHO DO PASTOREIO



Sou um menino pequeno,
preto como carvão.
Vivi em um fazenda e como escravo me criei.
Fiquei conhecido por negrinho do pastoreio.
Vou contar por que esse nome eu ganhei.


Morava com um fazendeiro mau e egoísta.
Uma corrida a cavalo ele mandou eu disputar.
Teria que vencer de qualquer jeito.
Mas fui castigado porque não pude ganhar.


Minha punição era pastorear os cavalos.
Cansado, com fome, à noite adormeci.
Fui castigado e num formigueiro jogado.
Tudo porque a tropa de cavalos eu perdi.


Depois eu apareci sem nenhum arranhão.
Comigo estava a tropa que eu tinha reencontrado.
Graças a Nossa Senhora, que é minha madrinha.
Hoje fico pelos campos e a cavalo ando montado.


Eu ainda ajudo a encontrar o que está perdido.
Acenda uma vela que vou logo procurando.
E, agora, já é hora!
Tenho de ir embora.



Escravos de jó
Jogavam o caxangá.
Tira,  põe, deixa ficar.
Guerreiros
com guerreiros fazem ziguezigue-zá.
Guerreiros
Com guerreiros
Fazem ziguezigue-zá. 




                                          



BICHO PAPÃO

Desci lá do telhado
para me apresentar.
Sou um monstro peludo
e grandalhão.
Tenho olhos vermelhos
cor-de-fogo.
O meu nome é Bicho-Papão.

À noite, vou buscar crianças teimosas
que na hora de dormir
querem brincar.
Subo no telhado 
e entro no quarto.
Fico atrás da porta
até a hora de atacar.

Fico de olho se a criança
está dormindo. Posso me
transformar naquilo de que ela tem
mais medo. Se ela não pegar 
no sono, levo a danada embora.
Vou a um lugar escondido,
do qual guardo segredo.

Sou um bom comilão,
tenho muito apetite.
Antes de assombrar, na 
cozinha faço uma visita.
Abro a geladeira e
vasculho os armários.
Como bastante porque a fome me irrita.

Dizem que o meu nariz
cresceu muito.
Isso de tanto eu ir 
aos berços bisbilhotar.
Mas não sou malvado, não.



Bicho-Papão,
de cima do telhado,
deixa o menino
dormir sossegado.

Vai-te, papão.
Vai-te embora do telhado.
Deixa o menino
Dormir sossegado.






                                    


BOTO COR DE ROSA

Sou  um Boto, um golfinho
do rio Amazonas.
Nadei até aqui e a minha história eu vou contar.
De dia fico na água
e de noite sou um mistério.
Dizem que em homem
posso me transformar.

A transformação
só acontece ao anoitecer.
Eu viro um moço bonito,
alto, e bem forte.
Mas ainda fica um furo
no alto da minha cabeça.
Então uso um chapéu para
essa marca esconder.

Gosto de dançar e nos bailes
procuro um amor. Nas festas
sempre deixo uma moça apaixonada.
no fim da noite, largo tudo
e volto a ser boto. Vou logo para
o rio onde é minha morada.

Os pescadores por mim
têm grande respeito.
Mesmo sendo conquistador,
sou um bom golfinho.
Amparo a canoa no temporal
e ajudo na pesca.
Salvo quem cai na água
empurrando com o focinho.

Sigo conquistando
as mulheres de perto do rio.
Não faço mal a ninguém,
só quero namorar.


                             
Fui na fonte do itororó  
beber água e não achei.
Achei linda morena
que no itororó deixei.

Aproveite minha gente
que uma noite não é nada.
Se não dormir agora
dormirá de madrugada.

Ó Mariazinha!
Ó Mariazinha!
Entre nesta roda
e dançará sozinha.

Sozinha eu não danço
nem devo dançar,
porque tenho o Boto
para ser meu par.









QUEM É YARA

Sou uma sereia de cabelos
longos e negros.
Moro nos rios e tenho
uma beleza rara.
Meu corpo é metade mulher, metade peixe.
Gosto muito de cantar
e o meu nome é Yara.

Ás vezes, sentada nas
pedras ou na areia,
com o meu pente de 
ouro fico a me pentear.
Passo o tempo brincando
com os peixinhos.
Uso o espelho das águas
para me admirar.

O meu canto mágico
ecoa pela floresta.
Ressoa pelas águas e atrai
quem ouve a melodia.

Os homens me segue
até o fundo do rio.
e desaparecem à procura
da minha companhia.

Aquele que me olha
não consegue escapar.
Fica logo enfeitiçado
com a minha beleza.
Sou conhecida como 
a rainha das águas.
Encantar e seduzir 
são da minha
natureza.

Fora da água me transformo
em uma linda mulher.
Mas volto rápido para o rio.
Agora mesmo já é hora.

Como pode o peixe vivo
viver fora da água fria?
como pode o peixe vivo
viver fora da água fria?

Como poderei viver
como poderei viver
sem a tua, sem a tua,
sem a tua companhia?

Os pastores desta aldeia
já me fazem zombaria
por viver e andar chorando
por viver e andar chorando
sem a tua, sem a tua,
sem a tua companhia.

O rio de São Francisco
corre de noite e de dia.
Só o tempo é que não corre
só o tempo é que não corre
sem a tua, sem a tua,
sem a tua companh









BUMBA MEU BOI

Pode me chamar de Bumba-Meu-Boi.
Sou um boi diferente,
colorido e festeiro.
Feito de papelão,
medeira,
panos e fitas.
Minha festa
é de novembro a 6 de janeiro.

No Brasil inteiro,
todos me conhecem.
Tenho um nome
diferente em cada região.

Boi-Bumbá, Boi-De-Reis,
Boi-Calemba, seja como for,
minha festa é uma tradição.

Por onde eu passo
vou brincando e divertindo.
O povo me acompanha
com grande euforia.
Vão vestidos de vaqueiros,
com roupas coloridas.
Seguimos de casa em 
casa com muita alegria. 

Com música e dança
conto esta história:
meu patrão me encontrou
morto e triste ficou.
Chamaram o pajé
e fizeram um cortejo.
Com reza e animação
ele me ressuscitou.

Dentro de mim fica um
homem dançador.
Brinco e me mexo
sem parar.

O povo se anima
quando alguém
tento chifrar.
Boi...Boi...Boi...
Boi da cara preta
Pega este menino,
que tem medo de careta.

Boi...Boi...Boi...
Boi da cara branca,
Pega este menino,
quem tem medo de carranga.      









 

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