TIBBIM

HISTÓRIA DOS TURISTINHAS E TIBBIM

Logo nos primeiros dias de funcionamento da Biblioteca surgiu um teatro de Fantoches, por iniciativa de Dona Maria Campos Artigas, escritora de literatura infantil. Ela cooperou com a Biblioteca graciosamente, escrevendo peças e dirigindo-as, o que fazia as crianças vibrarem de alegria. O trabalho foi continuado por Maria Teresa Lourencao, que foi freqüentadora e depois funcionária da biblioteca por muitos anos.

Em 7 de janeiro de 1956, a Seção de Divertimentos Públicos do Departamento de Cultura inaugurou o Teatro de Bonecos da Prefeitura com um espetáculo apresentado no Teatro Infantil Leopoldo Fróes, sob direção de Flávio Phebo, que havia estagiado na Biblioteca Infantil (hoje Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato), onde aprendera a técnica de confecção de seus bonecos. Como era época de Natal, foi encenado o presépio, além de outros números, como “Carmem Miranda e o Bando da Lua”, “Bandinha dos macacos” e “Frevo”.

Em 6 de setembro de 1956, o teatro ganhou uma sede numa das salas da Galeria Prestes Maia, que recebia crianças das 8h às 18h. A proposta era proporcionar às mães que iam à cidade fazer compras um local para deixar seus filhos sob cuidados de funcionárias municipais durante 3 horas. Nesse período, as crianças participavam de sessões de cinema, jogos, brincadeiras, histórias.

No entanto, os espetáculos do teatro de bonecos iniciavam às 16h, porque o grupo percorria, durante o dia, bairros da cidade. As apresentações eram feitas, gratuitamente, em asilos, creches, hospitais, escolas, etc. Em função dessa intensa atividade itinerante é que ele acabou conhecido pelo nome TURISTINHAS MUNICIPAIS.

O acervo de bonecos era vasto. Havia, além da Carmem Miranda e o Bando da Lua, a Cinderela, a Chapeuzinho Vermelho, muitas bailarinas e animais. Mas os que mais faziam sucesso eram o animador Perereca e o boneco Serelepe.

Em 1977, foi criado o TIBBIM – Teatro Infantil de Bonecos das Bibliotecas Infantis Municipais, sob coordenação de Ruth Valery, que incorporou alguns funcionários e todo o acervo de bonecos do TURISTINHAS MUNICIPAIS. Sua primeira apresentação foi na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (hoje Infantojuvenil), com a peça: “A idéia do Visconde”.

Criado dentro do departamento de Bibliotecas Infantojuvenis, estando subordinado à Supervisão de Atividades de Comunicação e Expressão, ele começou as suas atividades apresentando-se pelas várias bibliotecas de bairros.

À semelhança do que já ocorria com os TURISTINHAS MUNICIPAIS, o TIBBIM, atendendo às constantes solicitações, passou a circular também por outras entidades, como escolas, hospitais e creches. Também foram ministrados pelo TIBBIM cursos profissionais de todas as áreas que lidam com crianças: confecção de bonecos, cenários, figurinos, montagem de peças.

Em 1980, após funcionar precariamente na Praça da República, o grupo instalou-se na Biblioteca Infatojuvenil Monteiro Lobato, onde encontrou espaço para a confecção de bonecos e para o ensaio de seus espetáculos.


Atuou até 1990, com a desativação da Supervisão de Atividades de Comunicação e Expressão.






Entrevista com Cláudia Aguiar, feita por colaborador do jornal “A Voz da Infância” em janeiro de 2007     (clique na imagem para ampliar)

TIBBIM – Teatro de Bonecos das Bibliotecas Municipais

Por Gonçalo Costa, 12 anos

Cláudia Aguiar, musa da nossa Biblioteca Monteiro Lobato, entrou na prefeitura no cargo de Titiriteira. Ela manipulava bonecos no palco, os títeres. Infelizmente o Teatro de Bonecos das Bibliotecas Municipais (TIBBIM) acabou. Eles tentaram continuar com um grupo chamado Remendos e Remendados, mas esse também acabou e nós ficamos sem teatro de bonecos. Mas a Cláudia continua por aqui e contou essa história pra gente!!!

A voz da Infância – Quando surgiu o TIBBIM?
Cláudia – O TIBBIM surgiu em 1977. Foi assim: o departamento chamou funcionários de várias bibliotecas que gostavam de trabalhar com crianças e com o Teatro de bonecos. A coordenadora percebeu que não dava para esses funcionários se dividirem entre o trabalho na biblioteca e os ensaios e apresentações do teatro, por isso eles resolveram fazer uma estrutura de teatro de bonecos. Antes do TIBBIM, já existia os Turistinhas que era o teatro de bonecos da secretaria de turismo. Eu me lembro que eles estavam desalojados, aí o pessoal resolveu juntar esse grupo que estava se formando no departamento de Bibliotecas Infanto-Juvenis, com o pessoal que era a antiga equipe dos Turistinhas.

A voz da Infância – Como era o trabalho do TIBBIM?
Cláudia – A Secretaria da Cultura dava muito apoio para o teatro, tinha verba, motorista. Éramos em dois grupos, o da manha e o da tarde que faziam as apresentações. Era um teatro feito para as crianças. A gente fazia peças de teatro baseadas em livros infantis, era meio que divulgador de leitura para crianças. A gente apresentava em hospitais, em escolas, em bibliotecas, em eventos, qualquer evento... e ele se tornou um grupo bem grande. Foi o auge do TIBBIM.

A voz da Infância – Quando você começou no TIBBIM?
Cláudia – Eu entrei em 1982, na época eu estava fazendo faculdade e aí fui convidada por um cara do grupo que fazia a sonoplastia. Ele falou: “Vai fazer teste, você gosta de criança. Eles estão precisando de gente pro Teatr. Aí eu vim, fiz o teste e a Ruth Vallery, a coordenadora, gostou de mim e eu comecei a fazer. Só que eu não comecei a pegar o boneco e já fazer não, eu comecei a fazer desde lá de baixo, eu fazia a parte de trás que era o cenário, eu fazia a borboletinha, florzinha... Mas eu queria catar os bonecos, fazer um personagem, então eu ensaiava em casa. Decorei o texto até eu conseguir o papel da personagem, de pegar uma boneca e fazer.

A voz da Infância – Em que ano o TIBBIM parou de se apresentar?
Cláudia – Em março de 83 a gente parou de trabalhar com o TIBBIM, porque mudou a gestão e eles não queriam mais o teatro de bonecos, então a gente parou com o TIBBIM, com esse nome. Quando a Ruth se aposentou ele ficou sem coordenação. Teve uma pessoa que tentou dirigi-lo, tentou levar, mas como a gente é funcionário, como mudou o prefeito, o secretário, as chefes do departamento também mudaram e elas não quiseram mais o TIBBIM. Elas disseram que não seríamos mais o cartão de visita da secretaria da cultura, então isso para nós foi uma coisa muito chata, muito triste, porque o pessoal do grupo foi se alojando em departamentos diferentes. A gente até tentou retornar, depois de uns seis meses, mas não mais como TIBBIM. Voltamos porque o pessoal começou a reclamar, a pedir que o Teatro de Bonecos voltasse, só que não poderíamos mais voltar como TIBBIM, pois é um nome forte, é um nome que tem uma estrutura e a gente não tinha nada. Então a gente montou o “Remendos e Remendados”.





Depoimento da ex-diretora da BML, Lenyra Fraccaroli, em livro de depoimentos (“Livro de Duro”) comemorativo do 2º aniversário do TIBBIM (5-IX-58)*:

“Como educadora e como funcionária municipal não posso calar meu entusiasmo e minha admiração pelo esplendido (sic) trabalho que vêm realizando Clarice Spindola Florence e seus dignos auxiliares, em prol da recreação e educação moral e cívica (sic) dos nossos paulistinhas.
S. Paulo, 5 de setembro de 1958
Lenyra C. Fraccaroli"


* Nesta época chamado “Teatro de bonecos da Prefeitura” e localizado na Galeria Prestes Maia


Abaixo estão alguns croquis e moldes de bonecos que foram feitos.









Desenhos feitos por crianças da Escola Plinio Airosa referentes à peça "Amiguinho Amigão" do TIBBIM:






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